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terça-feira, outubro 07, 2003

"De que vale ser bacano, se sou um farrapo humano" ou "A luta desigual contra a depressão em espiral"

06-10-2003 - Porto Alegre

Alô Galera!

O que se esconderá sob este subject enigmático!?
Ah, imagino já os sentimentos nessas cabeças: "Qual será o problema DESTA VEZ?!?! Este tipo nunca estará contente!?!?"
Não. Este tipo nunca está contente.

E passo a dizer porquê:

O meu aniversário avança em passos rápidos. Em breve farei 28. Mais um passo decidido em direcção à famosa barreira psicológica dos trinta. E no meu estilo hollywoodesco de ver as coisas, aos trinta, das três, uma: ou somos uns magníficos engatatões (ver Tom Cruise em Vanilla Sky); ou passámos a ser o tipo estranho dos filmes - o comic sidekick, na gíria - que acaba sempre sozinho e é vítima das piadas mais brejeiras (ver um montão de actores desconhecidos em qualquer comédia romântica); ou então (haja fééééé) somos o misterioso tipo cheio de estilo, que ninguém entende muito bem, que tanto pode estar bem como mal na vida, mas que há de acabar por arranjar uma gaija cheia de pinta (ver John Cusack em Alta Fidelidade). A esperança reside na última...

Chove nesta droga de cidade. Chove, chove, balão chove. Não pára de chover. Chiça. Isto devia ser o Brasil. As ruas deviam estar cheias de garotas de biquini. Bolas.

Os Valentes vão casar e eu não vou estar lá. Vou perder um momento ímpar em que um par passa a ser um. E não vou estar presente no meu palco de preferência - o casamento... segurando os bebés dos colegas da faculdade... mostrando os meus dotes de dançarino... balbuciando incompreensíveis palavras aos pais da noiva... fumando um charuto e cantando a marselhesa face a uma escandalizada plateia de senhoras de idade... oh caramba... que tristeza.

Ah, o meu aniversário, de novo (por sinal, no Dia das Crianças, aqui no Brasil). Ao menos passasse-o junto a vocês. Junto à família querida. Junto às amigas. Junto aos amigos. Não. Suores frios atacam-me durante a noite, pensando em como vou fazer para me tentar enganar no Domingo que vem. Aceito a situação e passo-o sozinho? Combino com os poucos amigos que tenho aqui e tento simular o que seria se estivesse aí? Sniff.

Mais? Ah, o meu chefe, claro. Mas com isso, já vou lidando. Que se... dane (nota do redactor: há pais a ler este e-mail, mantenha-se o nível do vocabulário!)

E sim, há outra razão, claro. Mas essa já é habitual... Já pesa sempre neste meu meio sorriso sempre presente mas às vezes não tão honesto. E toda a gente sabe qual é. Nem vale a pena falar no assunto.

No final, polvilha-se tudo com a minha raiva contra mim próprio, contra a minha falta de segurança, contra este meu maldito ego de vidro, esta minha triste mania de ficar triste.
Alguém atura um farrapo humano, que queixa-se sempre e continuamente do seu azar, das suas úlceras, das suas feições de boxeur, de não ter namorada/esposa/cão/chefe simpático/carreira fulgurante/joelhos!?!?!? (bom, vendo bem... mais vale não ter carreira fulgurante e não ter joelhos; que ter uma carreira fulgurante de joelhos!!)



Mas... CHEGA... querem ouvir coisas boas, querem?
Ontem fui 'no' fenachamp! E o que é o fenachamp, perguntam?
Vá, perguntem!
Se não perguntam não respondo!
Bom, decerto ninguém perguntou, mas eu respondo à mesma: o fenachamp é um evento sócio-cultural-alcoólico. Hein? Passo a explicar: em Garibaldi, cidadezinha de serra a caminho de Gramado, todos os anos, os produtores de champanha do Rio Grande do Sul (Grande Nação Gaúcha Independente!), juntam-se numa feira, abrem stands de champanha, o pessoal vai lá, paga o ingresso, recebe uma taça e depois bebe o que quer ao preço da uva (que no fundo, é o que estamos a comprar). É o FEstival NAcional de CHAMPanha (sim, champanha)!!
Assim, o dia de ontem foi passado a beber champanha. E a comer morangos, porque a uns quilómetrozecos temos o FENAMORA... o FEstival NAcional do MOrango e da Amora.
Pena não haver o FENAGAJA...
O FEstival NAcional da GAlinha e da JAbuticaba, claro!! Que estavam a pensar?

Bom, champanha, dizia eu. Todo o dia a beber champanha, pois foi. Bom, tirando ao almoço, em que bebemos tintol 'liberado'. Mas era uma bela bosta. E como era uma bela bosta, bebemos mais champanha.
O champanha não era nada mau, nada mau. E a companha também era bacana. E por isso bebemos mais champahna.
E no final, foi um belho dia, ohpois foi. Ecomo foi un belgo thia, bubemos más chempenha.
Y com vubemos maaais Esxampanha, olha, icups, aeinda bubeemus muais xanha.

Mais coisas boas? Eh... mais coisas boas... ahn... já vos falei que comi morangos?
Há mais coisas boas. Resmas de coisas boas. Eu é que gosto de lamentar.


E porquê?
Porque odeio Segundas-feiras.
E algumas Segundas-feiras odeio ainda mais que outras.
E porquê que algumas odeio mais que as outras?

Ah, isso não digo...

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